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Congresso de Agronomia reforça compromisso com sustentabilidade e qualidade da formação

Evento encerrado na sexta-feira (15) em Pelotas reuniu profissionais e estudantes de todo o Brasil durante uma semana


Terminou nesta sexta-feira (15) em Pelotas (RS) a 33ª edição do Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA 2023). Durante uma semana, cerca de mil pesquisadores, professores, profissionais da área e estudantes de todo o Brasil se reuniram pela primeira vez na cidade da Zona Sul do Rio Grande do Sul para discutir temas ligados à atividade e aos desafios para a formação de novos agrônomos e garantia da segurança alimentar no País. O evento foi promovido pela Confederação dos Engenheiros Agrônomos Brasileiros (Confaeab) em parceria com a Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul (Sargs) e apoio da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pelotas (AEAPel).

Realizado desde terça-feira (12) no parque Ildefonso Simões Lopes, da Associação Rural de Pelotas (ARP), o CBA 2023 reservou o último dia à premiação de estudos de acadêmicos de diferentes partes do Brasil. Ao todo, foram apresentados 210 trabalhos, com 15 deles destacados como os melhores da mostra. Quatro dos premiados são representantes de Pelotas: Fernanda Goulart Acosta, Francine Bonemann Madruga (ambas da UFPel), Gustavo Kruger Gonçalves (Uergs) e José Nei Telesca Barbosa.

Uma das participantes que se deslocaram de outros estados até o sul gaúcho é Lídia Klestadt Laurindo. Natural do pequeno município catarinense de Rio Fortuna, com pouco mais de 4,8 mil habitantes, a jovem de 23 anos é engenheira agrônoma e está cursando mestrado em Biodiversidade na Universidade Regional de Blumenau (Furb). Pela primeira vez em um CBA, foi premiada com trabalho sobre uso de rizobactérias e fungos micorrízicos para redução da adubação na cultura de alface. Feliz com o reconhecimento do estudo, afirma que o intercâmbio feito em Pelotas e a premiação são estímulos para continuar em busca de mais contribuições à agronomia. “Quero continuar os estudos neste tipo de organismo, muito importante para o solo e nutrição da planta. Pretendo um dia mostrar para o ramo agronômico o quanto esse tipo de fungo e a utilização que se pode fazer deles podem melhorar a agricultura e fazer dela mais sustentável e rentável para o produtor rural.”

Citada por Lídia, a sustentabilidade foi um tema bastante presente na pauta dos mais de 50 painéis, palestras e debates dos quatro dias de Congresso. A preocupação dos engenheiros agrônomos em continuar contribuindo com a produção de alimentos no País, combatendo a fome e desigualdades, mas sem esquecer de avançar em novas tecnologias e ações que garantam o uso e preservação do solo e recursos hídricos, resultou inclusive em encaminhamentos importantes da chamada Carta de Pelotas, documento aprovado por aclamação por todos os representantes de associações da classe dos estados brasileiros. No texto que sintetiza alguns dos encaminhamentos e propostas do CBA 2023, há como meta ter como referência a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para as políticas e projetos.

A Carta indica também o reconhecimento de que agricultura é afetada e também impactante na mudança do clima, necessitando de medidas de adaptação e mitigação dos gases de efeito estufa, apontando ainda que as entidades da engenharia agronômica criem um fórum permanente sobre os impactos das mudanças climáticas na agricultura e sobre uso sustentado da biodiversidade.

Avaliação com atribuições e formação

Para o presidente da Confaeab, o Congresso realizado em Pelotas cumpriu sua tarefa de colocar em discussão também assuntos que dizem respeito ao futuro da agronomia. Especialmente no que diz respeito à formação nas faculdades e garantia de segurança jurídica para os engenheiros durante a atuação.

"A agronomia está em um momento decisivo. O tema do Congresso foi sobre as atribuições profissionais. Comparo isso a um combate. Não vamos negociar nossas atribuições. O engenheiro agrônomo é um profissional sistêmico, eclético e holístico por natureza”, destaca Kleber Souza dos Santos, apontando a discussão quanto a eventuais mudanças nas atribuições previstas pela legislação e pelo Decreto 23.196/1933.

Também encaminhada durante o Congresso e constando na Carta de Pelotas, a criação de um selo de acreditação não obrigatório às instituições de ensino como forma de avaliar a qualidade dos cursos de Agronomia é defendida pela Confaeab. “Queremos propor isso para que a Confederação crie um ranking próprio, que não substituiria a avaliação do MEC (Ministério da Educação), mas pode valorizar e estabelecer diferenciais que exaltem os melhores cursos”, defende Souza.

Assessoria de imprensa / Satolep Press
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Protagonismo feminino é estimulado durante Congresso de Agronomia

Presença cada vez maior de mulheres nos cursos, pesquisa e inovação foi tema de painel no evento em Pelotas


A participação feminina no universo profissional dos engenheiros agrônomos ainda é minoritária. Segundo os dados mais recentes do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), existem 33.391 mulheres com registros nos conselhos regionais aptas a exercer a atividade. O número representa 22,2% do total de 150.577 registros da classe agronômica. Ou seja, são apenas pouco mais de duas mulheres para cada dez profissionais da engenharia agronômica no Brasil. Apesar disso, o cenário parece estar se tornando mais favorável a um equilíbrio entre gêneros. Este foi o tema de um dos painéis do 33º Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA 2023), promovido pela Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab) em parceria com a Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul (Sargs), entre terça e sexta-feira (de 12 a 15) no parque Ildefonso Simões Lopes, da Associação Rural de Pelotas (RS).

Com o tema "O papel da engenheira agrônoma e o protagonismo nas áreas de atuação profissional”, o painel reuniu mulheres de todo o Brasil para discutir os avanços e desafios enfrentados por elas desde a formação até o mercado de trabalho e conquista de espaços de liderança. Entre as debatedoras estiveram as agrônomas Edilene Steinwandter, primeira mulher a presidir a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri-SC); Denize Cristina Leite Frandoloso, coordenadora da Câmara Especializada de Agronomia do Crea-RS; Maria do Carmo Bassols Raseira, pesquisadora da Embrapa Clima Temperado; e Stefany Sampaio Silveira, agrônoma e apresentadora de TV no Espírito Santo.

Para a diretora de equidade de gênero da Confaeab, Maria Helena de Araújo, organizadora e mediadora do painel, a participação feminina nos cursos de Agronomia tem aumentado, em contraste à presença reduzida dentro dos conselhos da profissão. Segundo ela, isso representa um avanço. "Passo a passo se chegará a uma igualdade. Não é possível dizer em quantos anos, mas é uma evolução. Isso se deve ao momento atual, em que o agronegócio está mais do que nunca em evidência. O que se soma a movimentos de maior participação feminina em todos os aspectos”, avalia.

Visibilidade

Com mais de 15 mil seguidores no Instagram e usando a ferramenta para divulgação de conhecimento sobre engenharia agronômica e agronegócio, Stefany ressalta a importância de que profissionais já em atuação e as que estão conquistando a formação se exponham e ocupem espaços de liderança. “Ainda hoje, apesar de existirem muitas profissionais competentes, é difícil ver mulheres palestrando e se colocando como autoridades no assunto. Isso é reflexo de uma cultura que precisa mudar”, afirma.

Para Maria Helena, o painel dentro do CBA 2023 em Pelotas, cidade que formou a primeira engenheira agrônoma do Brasil em 1915, contribuiu para enfrentar a invisibilidade e reafirmar a competência feminina no agro. "À medida em que mostramos o potencial das mulheres, servimos de exemplo para outras. Pode ser uma menina, podem ser dez, cem. É partir daí que evoluímos e mostramos que temos conhecimento e capacidade de contribuir com o País igualmente."

Profissionais da agronomia registrados no Brasil
- Mulheres: 33.391 (22,2%)
- Homens: 117.186 (77,8%)
- Total: 150.577

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Alagoas será a sede do próximo Congresso Brasileiro de Agronomia

Capital Maceió foi aclamada como cidade que receberá a 34ª edição do evento, programado para 2025


De um extremo a outro do País. Este será o destino do Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA), que neste ano está sendo realizado em Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul, e teve a sede da 34ª edição do evento definida para a cidade de Maceió. A confirmação da capital de Alagoas para receber o principal encontro da classe agronômica em 2025 ocorreu na tarde de terça-feira (12), durante assembleia geral da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), no município gaúcho.

Única a apresentar proposta para sediar o CBA, Maceió recebeu o apoio das federações de engenheiros agrônomos de todo o País. Mais do que exibir aos profissionais como atrativos a hospitalidade e potenciais turísticos da cidade e do estado, a mais populosa cidade alagoana colocou-se como local disposto a fomentar a discussão sobre o futuro da atividade e os efeitos que isso pode ter na produção brasileira de alimentos.

“É um prazer enorme Alagoas poder sediar um evento dessa magnitude. Não só pela realização, mas por poder congregar os colegas engenheiros agrônomos para que se crie frutos para prosperar a categoria como um todo”, celebra o presidente da Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas (Seagra), Álvaro Otávio Machado.

Com três instituições de Ensino Superior com cursos da área da Agronomia, a estimativa da Seagra é que existam entre três e quatro mil profissionais na ativa no estado. Para Machado, a categoria tem papel fundamental no desenvolvimento agrícola e econômico não só de Alagoas, mas de toda a região Nordeste e do País. "Somos o segundo produtor do Nordeste de milho e estamos começando a exportação de soja, em substituição à zona canavieira. Isso exige um tempo de maturação, até por serem culturas totalmente diferentes, então daqui a quatro ou cinco anos deve haver um salto substancial. Temos uma área do Canal do Sertão, em que é feita captação de água no oeste, com 125 quilômetros dos 250 projetados já concluídos, cruzando o estado. Algumas áreas começaram a produzir e outras estão em fase de estudo, em virtude das características dos solos. É aí que entra a importância desse Congresso, que pode contribuir para a redenção de Alagoas no setor de produção de alimentos”, projeta.
Continuidade de avanços

Conforme o presidente da Confaeab, Kleber Souza dos Santos, a ida do CBA 2025 ao Nordeste do País logo após ser realizado no extremo sul reforça a relevância da atividade agronômica em todo o território nacional. “O trabalho feito no Rio Grande do Sul continua em Alagoas, o legado permanece e avança. Há temas gerais do Brasil, mas há também questões regionais a serem discutidas”, destaca.

Para o dirigente da entidade que representa mais de 125 mil profissionais, temas como a transposição e a renovação da bacia hidrográfica do rio São Francisco são exemplos de discussões que envolvem também a participação dos engenheiros agrônomos. Santos aponta ainda o debate quanto ao uso adequado do solo e a conciliação entre produção em larga escala e diversificação. "O avanço de algumas culturas envolve o mercado agrícola. Mas temos que trabalhar também a diversificação. As monoculturas têm sua importância pela economia de escala, mas a preocupação da Agronomia é manter uma matriz produtiva diversificada na produção animal e vegetal. É uma discussão que vale para todas as regiões, mudam apenas as culturas. É um debate muito apropriado que precisa ser feito.”
Congresso em Pelotas

Iniciado na terça-feira (12), o 33º Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA 2023) está sendo realizado na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e se estende até a próxima sexta-feira (15), no parque Ildefonso Simões Lopes, da Associação Rural de Pelotas (ARP).

Com atividades distribuídas entre diferentes pavilhões, o encontro tem a participação de engenheiros agrônomos e acadêmicos de todo o Brasil e de países vizinhos como Argentina, Uruguai, Paraguai, Peru, Bolívia e Colômbia. Além de palestras e painéis temáticos voltados à atividade e pesquisa, o evento conta com apresentação de publicações técnicas e um encontro voltado a empreendedores e startups que atuam no desenvolvimento de tecnologia e inovação voltados à Agronomia e ao agronegócio.

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Agronomia gaúcha é destacada durante Congresso em Pelotas

Faculdade Eliseu Maciel, Sociedade de Agronomia do RS e Confederação Brasileira são homenageadas em cerimônia na noite de quinta-feira (14)


Reunindo em Pelotas desde a terça-feira (12) mais de mil pessoas, entre profissionais e acadêmicos, o 33º Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA 2023) dedicou a noite de quinta-feira (14) a homenagear formalmente a trajetória de instituições dedicadas à valorização profissional dos engenheiros agrônomos e desenvolvimento do agronegócio do País. Em cerimônia realizada no parque Ildefonso Simões Lopes, da Associação Rural de Pelotas (ARP), foram homenageadas a Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem/UFPel), a Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul (Sargs) e a Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab).

Prestes a completar 140 anos de atividades ininterruptas no próximo dia 8 de dezembro, a Faem recebeu o reconhecimento por esta história, responsável pela formação até hoje de 7,6 mil engenheiros agrônomos. Mais do que a quantidade e qualidade dos profissionais que saem das salas de aula e áreas experimentais, a Faculdade representa também o pioneirismo na busca pela igualdade entre homens e mulheres na atividade. Foi na então Imperial Escola de Medicina Veterinária e de Agricultura Prática que formou-se a primeira engenheira agrônoma do Brasil, Maria Eulália da Costa. Motivo pelo qual a Faem também foi homenageada. “Somos muito felizes e honrados por termos formado aqui na Faem a primeira mulher engenheira agrônoma do País, em 1915”, resume o diretor da Faculdade, professor Dirceu Agostinetto.

De acordo com ele, o destaque dado à Faem durante o CBA 2023 é o reconhecimento a uma das instituições de ensino da Agronomia com maior contribuição à atividade no Rio Grande do Sul e no Brasil. "Nossa comunidade hoje é composta por cerca de 1,8 mil alunos de graduação e pós-graduação e temos um corpo docente muito qualificado, com 102 professores que atuam exclusivamente com a formação de agrônomos e zootecnistas”, resume. Agostinetto ressalta ainda o papel destes profissionais para a segurança alimentar do País e o enfrentamento às mudanças climáticas que interferem na vida de todos e na produção agrícola. "O engenheiro agrônomo é fundamental, pois somos a categoria com maior formação para atuar tanto na redução dos impactos ambientais, especialmente na agricultura, quanto na parte de mitigação."

Entidades reforçam unidade da categoria

Celebrando este ano seu centenário de criação, a Sargs também foi reverenciada no CBA 2023. Fundada como Associação de Agrônomos do Rio Grande do Sul pela necessidade de representação diante do crescimento do número de profissionais com as duas faculdades existentes na época, em Pelotas e Porto Alegre, é uma das entidades da classe agronômica mais antigas do Brasil. Ao longo das décadas, foi se adaptando às necessidades da categoria e à legislação, consolidando-se como a atual Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul.

“A Sargs é um marco do pioneirismo dos agrônomos gaúchos e essa homenagem que recebemos durante o Congresso é motivo de muito orgulho para toda a classe. Representa um século de defesa e valorização dos profissionais da agronomia”, afirma o presidente Leonardo Gonçalves Cera. Ao todo, a Sociedade congrega 32 associações profissionais existentes no Estado. Atualmente o RS tem em torno de 14 mil profissionais registrados no sistema Confea/Crea habilitados a atuar. Ao todo, segundo Cera, há uma projeção de que existam quase 20 mil engenheiros agrônomos no território gaúcho.

Entidade que representa os engenheiros agrônomos em nível nacional, a Confaeab foi igualmente destacada com homenagem durante o Congresso, em Pelotas. Com 96 anos de história, a Confederação tem tido papel histórico fundamental no desenvolvimento da Agronomia, contribuindo também com a avaliação do presente e discussão do futuro da atividade, desde a formação profissional até o papel de quem atua no dia a dia.

Presidente da Confaeab, Kleber Souza dos Santos ressalta que cada encontro regional e, a cada dois anos, cada CBA tem significado a continuidade de um trabalho voltado à valorização do trabalho dos engenheiros agrônomos e suas funções no crescimento brasileiro. “É um legado que vai sendo passado adiante. Trouxemos para o Congresso em Pelotas uma bagagem anterior e levaremos adiante, dentro da Confaeab e no próximo CBA, o aprendizado e experiências daqui”, conclui.

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Profissionais da Agronomia são homenageados na abertura do Congresso Brasileiro da área, em Pelotas

Comenda oferecida pela Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab) reconhece trabalho e contribuição de personalidades de destaque na área


O primeiro dia do 33º Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA 2023) foi marcado na noite desta terça-feira (12) pelo reconhecimento a engenheiros agrônomos destacados pela carreira e pela contribuição à atividade no País. Durante a cerimônia de abertura oficial do evento, foi entregue a Comenda do Mérito Agronômico, principal deferência a profissionais da categoria, oferecida pela Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab). Os homenageados foram Emilio Elias Mouchrek, de Minas Gerais; Raul Zucatto, de Santa Catarina; e Moacir Cardoso Elias, do Rio Grande do Sul.

O trio de engenheiros agrônomos foi selecionado dentre uma categoria que conta com mais de 150 mil profissionais em todo o Brasil. O que, para o presidente da Confaeab, ressalta a importância de suas contribuições para a atividade e o desenvolvimento da produção rural brasileira. "São três lideranças que simbolizam todo o associativismo, a atuação da categoria nas atividades econômicas do País. São indicados com a participação de todas as associações de engenheiros agrônomos do Brasil, o que dá uma grande representatividade", ressalta Kleber Souza dos Santos.

Com 51 anos de carreira, o professor e pesquisador Moacir Cardoso Elias, da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), é apontado como uma referência brasileira quando o assunto é o desenvolvimento de tecnologias voltadas à produtividade, secagem, armazenamento e industrialização de grãos. Ao receber a Comenda, confirmou que encerra um ciclo de meio século de docência e contribuição com a Agronomia e a produção agrícola.

"Fico muito feliz por ter sido indicado ao Mérito pelos colegas engenheiros agrônomos do RS, dentre um número expressivo de profissionais. Estou finalizando a carreira. A Agronomia é parte da minha vida, a Faem é parte da minha vida e tenho consciência que sou parte dela. É também motivo de orgulho para a região e para o Estado ter entre os agraciados um gaúcho, pois o berço da profissão é aqui”, destaca. Para Elias, além da contribuição com pesquisas que contribuíram para a evolução produtiva do Brasil de importador a exportador de alimentos, está a satisfação pela formação de milhares de engenheiros agrônomos. “São milhares de estudantes, muitos profissionais formados. É uma contribuição importante que se soma à satisfação de saber que a tecnologia de secagem e armazenamento de arroz na América Latina inteira saiu do Laboratório de Grãos da Faem, em trabalho conjunto com muitos pesquisadores.”

125 anos da ARP

A cerimônia de abertura do CBA 2023 também teve homenagem da Confaeab à Associação Rural de Pelotas (ARP). Fundada em 1898 por professores da Escola de Agronomia e Veterinária de Pelotas, a entidade completa em outubro 125 anos de vinculação à atividade agronômica e como representante da classe agropecuária da cidade e Zona Sul do Estado. Para o presidente da ARP, Augusto Rassier, o fato de sediar o Congresso e ser reconhecida é um orgulho para a Associação.

"Nossa origem está intimamente ligada à Agronomia e à Faem. É uma honra, em um ano tão importante, dos 140 anos da Faem, a cidade estar sendo contemplada com um Congresso Brasileiro nas dependências da Associação Rural. O agronegócio é o receptor de grande parte desse conhecimento gerado pela Agronomia. Poder fomentar e contribuir com a pesquisa e disseminação dos resultados e conhecimento produzido para o público estudantil e setor produtivo é de extrema importância”, ressalta.

Para o presidente da Confaeab, a conexão entre a ARP e a atividade agronômica é marcante. "Pelotas tem um dos cursos mais antigos do Brasil e é muito simbólica para a agronomia brasileira. A Associação Rural tem participação muito grande nisso. As homenagens são justas”, diz Santos.

OS HOMENAGEADOS

Moacir Cardoso Elias

Professor da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem/UFPel), doutor em Agronomia, mestre em Tecnologia de Alimentos, ex-presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pelotas e atual diretor de Política Profissional da Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul (Sargs). Ex-conselheiro titular da Câmara de Agronomia do Crea-RS. Na área científica, contribuiu com a legislação brasileira de pós-colheita e armazenagem de grãos e desenvolveu tecnologias inovadoras de secagem e armazenamento de grãos, principalmente arroz. É o responsável técnico no Brasil pelo selo de qualidade do arroz parboilizado, dentre outras contribuições.

Emílio Elias Mouchrek

Integrante da Sociedade Mineira de Engenheiros Agrônomos (Smea) e do Conselho Técnico-Científico da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig) e presidente da Câmara Técnica de Avicultura do Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa) de Minas Gerais. É mestre em Zootecnia - Nutrição Animal e Pastagens.

Raul Zucatto

Ex-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC) e da Associação Catarinense de Engenheiros (ACE). Especialista em Tecnologia de Sementes. Atuou como coordenador estadual do Programa de Agricultura da Secretaria Estadual da Agricultura e da Pesca de SC.

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Congresso debate desafios da Agronomia no combate à fome

Painel realizado durante evento realizado em Pelotas discutiu o papel dos profissionais da área no enfrentamento às desigualdades e desenvolvimento sustentável


Os desafios da Agronomia no combate à fome e à redução das desigualdades estiveram no centro dos debates desta quinta-feira (14) durante a programação do 33º Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA 2023), em Pelotas (RS). O presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), Kleber Souza dos Santos, mediou o painel em que foram avaliadas as políticas de apoio ao desenvolvimento na agricultura e o papel da assistência agronômica e extensão rural a partir das Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

“O engenheiro agrônomo é um profissional do desenvolvimento urbano e rural com papel fundamental nesse processo para que as nossas cidades sejam sustentáveis”, destacou. O engenheiro agrônomo Alencar Paulo Rugeri abordou a importância da extensão rural na conexão entre campo e cidade. A educação foi apontada como fator base para isso, conforme Gelson Pelegrini, professor dos cursos de Ciências Agrárias e coordenador de Agronomia da Universidade Federal Integrada (URI), de Frederico Westphalen.

Pelegrini citou a pedagogia da alternância como uma das maneiras de alcançar essa integração. O método desenvolvido na França busca a interação entre o estudante que vive no campo e a realidade do cotidiano, promovendo troca de conhecimentos entre o ambiente de vida e trabalho e o escolar. “A pedagogia da alternância pode trazer importantes diretrizes para o Ensino Superior”, disse. Segundo o engenheiro, iniciativas como o Programa Regional de Sucessão Rural e o Projeto Profissional Integrador norteiam o caminho para contemplar os ODS.

Para a engenheira Waleska del Pietro, o futuro está também no conceito de cidades sustentáveis. Durante sua intervenção, a profissional falou sobre o caminho dos projetos de políticas públicas com foco em desenvolvimento sustentável. “A agronomia é protagonista em todos os ODS”, resumiu.

Sustentabilidade e inclusão

Atenta ao tema da sustentabilidade, a estudante Rebeca Freitas de Castro Queiroz, de 26 anos, atravessou sete estados brasileiros, percorrendo 3,7 mil quilômetros, para participar do 33º Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA 2023), em Pelotas, no extremo sul do Rio Grande do Sul. Aluna da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), a formanda em Engenharia Agronômica está entre os 250 acadêmicos de cursos de graduação e pós-graduação que participam do evento.

Com muita vontade de participar do maior evento de Agronomia do País, ela decidiu submeter um trabalho para apresentação mesmo sem ter todos recursos para a viagem. A motivação veio do desejo de compartilhar as descobertas do projeto que desenvolve junto a agricultores familiares de assentamentos da região do Carajás, no Pará. O trabalho “Implantação de biodigestores em propriedade rural, um caminho para a sustentabilidade” foi apresentado na quarta-feira (13) e mostrou como os dejetos de bovinos podem ser transformados em fonte de energia e fertilizante. O biodigestor é uma tecnologia sustentável e serve de equipamento para fazer a digestão anaeróbia e aproveitar os resíduos animais para produção de energia e adubo orgânico.

A região sudeste do Pará possui mais de 500 assentamentos e em um deles, o assentamento Veneza, no município de São Domingos do Araguaia, foi desenvolvido o projeto piloto da Unifesspa. Rebeca conta que primeiramente foi feita uma vivência de campo para identificar as principais necessidades dos agricultores. “Após essa imersão, percebemos a oportunidade e criamos o BioFertiGás.” O projeto foi executado na propriedade de Nádia Gomes, moradora no local há 15 anos. As cinco vacas da família foram suficientes para comprovar o sucesso da iniciativa. O sistema foi adaptado ao fogão da casa e o biogás gerado tornou-se suficiente para substituir o gás de cozinha e alimentar as necessidades da casa.

Além da energia limpa, o biofertilizante é usado como adubo orgânico. No assentamento Sol Nascente, a experiência também trouxe bons resultados aos agricultores, se convertendo em benefícios tanto socioeconômicos quanto ambientais. O foco se deu nas famílias instaladas em 28 hectares, com 20 animais. “Verificamos que o uso do biofertilizandte reduziu os custos de consumo para o cultivo da capineira, cultivo de cacau”, relata a estudante.

Com esta experiência e contribuição a ser disseminada, Rebeca faz parte dos 60 contemplados pela organização do CBA 2023 com hospedagem e alimentação em Pelotas. Os melhores trabalhos serão premiados. Apesar da chuva e do frio, clima bem diferente do habitual em seu estado, Rebeca diz estar muito feliz em participar do Congresso, além de encantada com a cultura do Sul. “Quando saí do Ensino Médio queria fazer Direito e meu pai insistiu com a Agronomia. Dizia que era uma profissão muito importante para o País. Hoje não tenho a menor dúvida que ele tinha razão”, finaliza.

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Pelotas sedia Congresso Brasileiro de Agronomia a partir desta terça-feira(12)

Evento que retorna ao Estado após 14 anos ocorre pela primeira vez na Zona Sul e reúne pesquisadores, profissionais da área e estudantes


A partir desta terça-feira (12), Pelotas será o ponto de encontro para Engenheiros Agrônomos e estudantes de Agronomia de todo o Brasil que se reunirão para a 33ª edição do Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA 2023). O evento será realizado dentro do parque de exposições da Associação Rural de Pelotas (ARP) e se estende até sexta-feira (15), com programação que inclui cursos, palestras, painéis temáticos, exposições de trabalhos acadêmicos, além de apresentação e rodada de negócios voltados a startups ligadas ao setor do agronegócio. Promovido pela Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (CONFAEAB) e Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul (SARGS), o CBA 2023 será realizada pela terceira vez no Estado, retornando após 14 anos da última edição em território gaúcho. Será, ainda, o primeiro Congresso na Zona Sul do Estado. De acordo com o presidente da SARGS, Leonardo Gonçalves Cera, a escolha por Pelotas como sede tem como um dos principais motivos o fato do município e da região serem referência no setor. “Há também duplo simbolismo. Primeiro porque Pelotas tem uma das duas faculdades de Agronomia mais antigas do Brasil e a que funciona há mais tempo ininterruptamente, que é a Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM), que está completando 140 anos. E este é também o ano do centenário da SARGS, a federação que reúne todas as associações profissionais de Agronomia do Estado. Será uma oportunidade única de reunir pesquisadores, estudantes e todos que se envolvem com o setor para a troca de conhecimento”, projeta.

Voltado a este público específico, o Congresso terá participantes de todo o País, e também de países vizinhos como Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia, que discutirão o futuro da atividade abordando temas que incluem produção animal, vegetal, economia, infraestrutura, engenharia, inovação e meio ambiente, dentre outros. Conforme os organizadores, é esperada a participação de 800 profissionais Engenheiros(as) Agrônomos(as) e 250 acadêmicos de cursos de graduação e pós-graduação na área da Agronomia, alguns deles apresentarão os 210 trabalhos aprovados entre quarta e quinta-feira (13 e 14).

Mérito Agronômico
Durante a cerimônia de abertura oficial do Congresso, marcada para às 19h de terça-feira, será entregue pela CONFAEAB a Comenda do Mérito Agronômico Brasileiro 2023 a três personalidades reconhecidas por suas atuações profissionais e contribuições com a classe agronômica. Os homenageados serão Emílio Elias Mouchrek, da Sociedade Mineira de Engenheiros Agrônomos (SMEA) e do Conselho Técnico-Científico da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig); Raul Zucatto, ex-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC) e da Associação Catarinense de Engenheiros (ACE); e o pelotense Moacir Cardoso Elias, professor da Faem, doutor em Agronomia, mestre em Tecnologia de Alimentos, ex-presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pelotas, e atual diretor de Política Profissional da SARGS, ex-conselheiro titular da Câmara de Agronomia do Crea-RS, presidente da Academia Pelotense de Letras. O presidente da Confaeab, Kléber Souza dos Santos, ressalta a importância da deferência, que os homenageia entre os mais de 150 mil engenheiros agrônomos do país. “São pessoas que simbolizam os valores da categoria agronômica e que construíram sua carreira dando relevantes contribuições ao segmento”, destaca. A abertura também terá uma homenagem à Associação Rural de Pelotas pelos 125 anos de vinculação da entidade com a Agronomia. A solenidade contará com a presença do presidente da Associação Pan-Americana de Engenheiros Agrônomos (APIA), Octavio Pérez Pardo, e dos presidentes da CONFAEAB, Kleber Souza dos Santos, e da SARGS, Leonardo Gonçalves Cera.

Agrotech
Dentro da programação do CBA 2023, será realizado o Agrotech, voltado à apresentação de inovações e tecnologias desenvolvidas por startups locais e de todo o Brasil para o setor do agronegócio. O evento, na quarta-feira, terá também mesa-redonda e palestra voltada aos empreendedores. O destaque fica para um pitch para fomentar as empresas e conectar os projetos a fontes de financiamento. Haverá premiação simbólica para o primeiro lugar e troféu para os três pitchs melhor avaliados com base nos critérios de grau de inovação, aplicabilidade, potencial de mercado, composição da equipe e qualidade da apresentação.

Encontro de Coordenadores de Curso
Também durante a CBA 2023, mas iniciando já nesta segunda-feira (11), acontece o 4º Encontro Brasileiro de Coordenadores de Cursos de Agronomia. O evento que é promovido pela CONFAEAB, vai até terça-feira (12), e tem como objetivo discutir a Certificação do Engenheiro Agrônomo, os requisitos para acreditação de cursos de Agronomia, a evasão de estudantes e outras ações de qualificação da formação de profissionais da área. Segundo o Presidente da CONFAEAB, Kleber Santos, “Esta é a quarta edição do Encontro que representa evolução nas tratativas entre formação e exercício profissional do Engenheiro Agrônomo”. Esse encontro serve para debater a qualificação da formação de agrônomos, especialmente diante do aumento acelerado de novos cursos no País. “Há uma expectativa de que nos próximos cinco anos sejam graduados cerca de mil novos profissionais, então é preciso discutir esse cenário e como manter um alto nível da formação”, explica Cera.

Serviço:
XXXIII Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA 2023
De 12 a 14 de setembro, na Associação Rural de Pelotas
Programação: https://www.cba2023.agr.br/programacao_final.html